Pqp! A carteira de trabalho digital, um aplicativo do governo brasileiro, fazendo propaganda de um curso de IA. Quero socar (metaforicamente) todos que aprovaram e executaram essa palhaçada!
Sabemos que (no hemisfério norte) a noite mais longa do ano é em Dezembro, mas em Lamego, cidade das Noites Longas, é de 7 para 8 de Setembro que acontece a “Grande Noite da Romaria de Portugal” (os Lamecenses chamam-lhe “a noitada”). Arruadas por rusgas populares que alegremente percorrem a cidade cantando temas populares e cantigas ao desafio, pelo rufar típico dos bombos e alegres toques de concertinas, preenchem a noite até ao amanhecer - é a noite em que a cidade não dorme.
Já não tenho idade para essas coisas (mental, que física sou ultrapassado na boa por muitos foliões!), e amanhã é dia de trabalho, pelo que este ano me fiquei pela batalha das flores que aconteceu durante a tarde e para a qual - imaginem! - não se encontravam fotos com licenças livres, algo que aproveito para colmatar 😇
Mas qual destas características faz realmente s diferença?
É o facto de ser um projecto público?
É por ser um projecto de investigação?
É por ser de código aberto?
É uma conjugação de dois ou mais desses factores?
Quais?
Porquê?
Já estabelecemos atrás que iniciar os trabalhos não é proibído (só má prática). Em que é que estes outros factos fazem a diferença?
E, já agora, quais são as implicações dessa diferença?
A Amália assim treinada pode ser usada por projectos que não sejam públicos?
E se forem projectos que não sejam de investigação?
Quais são as licenças de código aberto qie a Amália vai ter, e que obrigações de licenciamento terão os seus clientes ou derivados?
As perguntas não foram feitas, e, está claro, também ficaram sem ser reapondidas. Também não há resposta para as tentativas de contacto de vários dos detentores de direitos de autor de conteúdos utilizados para o treino - lá está, talvez porque a análise que poderá dar essas respostas ainda não sstá - no mês de lançamento! - concluída.
Ainda assim, temos garantias: a “versão base” do Amália será disponibilizada publicamente já no final de setembro. “A partir desse momento qualquer entidade poderá utilizar o modelo”. Como é que conseguem dar essa garantia sem ter a análise legal feita é que fica por compreender.
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Segunda notícia que leio do mesmo jormal, mesmo dia, sobre a #AmálIA.
Este pôs-me ligo a resmungar com o título - e não melhorou.
O título é: “Equipa de peritos” está a analisar “possíveis impactos legais” do Amália, incluindo nos direitos de autor
Pôs-me a resmungar porque o projecto até já era para ter sido lançado, agora tem data de lançamentk para setembro (sim, este mês) e afinal… ainda nem fizeram aquele que devia ser o primeiro passo? Então e se agora afinal os dados não podem ser usados? Ou uma parte deles - vão tirá-los da base de dados iniciais e retreinar os modelos?
A questão é tão óbvia que até os jornalistas se lembraram de a fazer. E aí é que comecei mesmo a resmungar. O responsável pelo projecto podia ter dito “a legislação não impossibilita o início dos trabalhos.” Porque claro que não impossibilita. Mas o problema é que iniciar os trabalhos com todos os dados sem saber quais é que vão ser excluídos pode até ser contraproducente. E se afinal nenhum pode? Lá se foram os 5.5M€ que a brincadeira custou?
Mas a resposta foi pior, foi “Sendo um projeto público, desenvolvido em ambiente de investigação e seguindo um modelo de código aberto, a legislação não impossibilita o início dos trabalhos.”
½
Ainda o #SIRESP :
TLDR:
- Prazo adiado.
- A culpa não é do governo, claro, é das “vicissitudes associadas à transição governativa”, porque a transição do governo anterior, que o governo deitou abaixo para convocar eleições e ser o agora actual governo deu tanto trabalho ao governo que o governo ficou, não por culpa sua, sem tempo para fazer o seu trabalho.
Tuve de ir ver ao estudo propriamente dito.
Parece que a PCGuia trocou as legendas de dois dos resultados e a coisa é ainda mais incrível que antes: só 3 em cada 10 trabalhadores em Portugal é que não usam IA no seu trabalho. Volto a perguntar: será credível?
Fui à procira da fonte, vi que tinham um documento de resumo, fui ver e dei com isto… e agora tenho ainda menos confiança nestes números.
Segundo o resumo publicado na #PCGuia a um estudo da @kpmg@kpmg só 2 em cada 5 trabalhadores em Portugal não usam #IA. Será possível?
《A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social afirmou ainda que os dias de luto gestacional para o pai “não fazem sentido”, porque o seu papel é o de “acompanhar a grávida que perdeu uma criança”.》
Cada tiro, cada melro:
“Anteprojeto passa a determinar que o trabalho flexível, para pais com filhos com menos de 12 anos, terá em conta trabalho prestado “habitualmente” aos fins de semana ou feriados. Alteração contraria decisão do Supremo.”
“Eles que vão mas é trabalhar!”
É fácil ouvir críticas destas, ou ignorar o trabalho (voluntário, a tirar o tempo pessoal) que o associativismo dá. Há causas que defendemos, posições que temos, que são sustidas e representadas por movimentos associativos - que precisam de voluntários, associados, doações, ou de ouvir um “obrigado” de vez em quando.
Há por aí uma associação com que te revês ou que gostas? Que tal ires até eles e dares-lhe uma ajudinha? 😉
Estou numa conf sobre direitos digitais, e o prémio do dia vai para o representante da ERC que falou do “trabalho hercúleo” da entidade. Como bom apreciador de trocadilhos de pai, dou 10/10
Miúdos de 6 anos a tentar fazer sentido da info limitada que têm do mundo dos adultos, não há melhor.
– Olha, hoje tive um dia de trabalho difícil
– O Elon Musk chateou-te?
– Ah não, felizmente não tenho de aturar o Musk
– Então quem foi? O Santos Rocha?
– Quem é o Santos Rocha?
– Um tipo do Instagram
Estamos a desenvolver um pequeno gerador de imagens para um trabalho, e hoje experimentei dar uns toques no #HTMX para ver que tal se porta.
Conclusão: maravilhoso; em 15 minutos, sem conhecimento prévio da lib, deu para montar uma demo que usa ajax para ir buscar imagens servidas por um micro-backend PHP. Estou apaixonado! Agora é “só” alinhar uma pipeline com o Imagemagick, pôr o UI bonitinho e está arrumado.
Demo com os code snippets relevantes: