A sua “voz” alimenta uma horda inflamada de pessoas de mal com a vida, que se digladiam na sedenta procura de “culpados”: hoje os “esquerdalhos”, amanhã os imigrantes, no dia seguinte os muçulmanos, e por aí adiante. Para esta gente, a Verdade é um pequeno pormenor sem importância. Mithá Ribeiro não é um homem qualquer. É docente, com obra editada, e por isso a sua defesa reiterada do salazarismo é alarmante. Ao procurar reabilitar a memória de um regime autoritário, racista e repressivo, Mithá Ribeiro banaliza a violência do Estado Novo, branqueando décadas de censura, perseguição política, tortura, negação de liberdades fundamentais, e um País atrasado, profundamente machista, com mulheres silenciadas por uma pobreza de espírito máscula que ainda hoje se julga superior e faz vítimas.
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Amanhã às 18:20 vou estar na Fnac Chiado em Lisboa para enquadrar tecno-politicamente os dilemas da liberdade de expressão e do discurso de ódio, com um conjunto de oradores de nível. Vemo-nos lá?
https://festivalimpacto.org/a-linha-tenue-entre-a-liberdade-de-expressao-e-o-discurso-de-odio/
Na minha opinião sobre o que aconteceu no Parlamento é que o Tiago Paiva e a I.L. não têm nada que pedir desculpa. Ele é um comediante, não é o padre da freguesia local. E que eu saiba liberdade de expressão ainda é um direito. E com uma república como esta que está no saque por corruptos que andam a governar e nada fazem. O desrespeito pelas instituições públicas é belo e moral, tal como fugir ao fisco.